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Crossways in Cultural Narratives: antes da jornada.

  • Foto do escritor: Paula Rodrigues
    Paula Rodrigues
  • 18 de out. de 2018
  • 4 min de leitura

Já pensei em escrever um blog algumas vezes na vida, sempre hesitando em relação ao conteúdo. Durante boa parte da adolescência, escrevia para mim mesma: diários, histórias... mas apenas para guardar as minhas memórias. Sabe uma vontade de se expressar, mas sem saber como?


A ideia deste blog, que eu espero realmente manter atualizado, hehe, é de dividir as experiências que tenho vivido fora do Brasil; moro fora faz 1 ano e pouco já e acumulei algumas coisas para contar. Fora isso, iniciei agora uma jornada de 2 anos que eu gostaria de dividir, até mesmo para ajudar outras pessoas que pensam em fazer algo parecido.


Acho que primeiro preciso falar um pouco sobre mim:


Sempre sonhei em morar fora, desde que era criança. Não sei de onde essa vontade veio exatamente, mas lembro de mim mesma pensando que gostaria de ver o mundo e de como eu ficaria triste vivendo sempre no mesmo lugar, sem nunca mudar. Isso sempre foi muito forte em mim. Talvez, se eu fosse apontar um motivo, eu poderia relacionar esse sentimento à paixão que eu tinha por ler. Eu amava mesmo, era frequentadora assídua da biblioteca da escola e fazia a minha mãe gastar muito dinheiro com livros, haha. De certa forma, acho que as histórias que eu lia faziam eu desejar vivê-las também. Fazia eu me imaginar em lugares distantes, numa realidade que era muito diferente da minha. Ficava no meu quarto pensando no tanto que o mundo era grande lá fora e que eu queria fazer parte dele.


Aos 16 anos pedi à minha mãe para me colocar num curso de inglês, pois eu ficava pensando: como eu vou para esse mundo que eu tanto sonho, se eu não puder me comunicar com as pessoas diferentes de mim?? Inglês era, e continua sendo, uma língua franca, aquela língua que não importa onde você esteja, você vai sempre encontrar alguém que fale. Devo adicionar que meus escritores favoritos eram ingleses, então Inglaterra habitava muitos dos meus sonhos.


Em um ano de curso, aprendi bastante e no ano seguinte entrei da Faculdade de Letras da PUCRS, onde estudei licenciatura dupla em Inglês e Português. Durante o tempo da faculdade, ficava sonhando que quando eu terminasse o meu curso, iria me mudar para a Europa (mais especificamente a Inglaterra) e fazer a minha pós-graduação lá.


Eu e os Beatles na Abbey Road em 2012.

Me formei, comecei a trabalhar e com o dinheiro que juntei no meu primeiro ano de formada, fiz um intercâmbio de 2 meses para Londres. Não era morar, como eu queria, mas foi uma das experiências mais legais da minha vida. Me apaixonei por Londres, e quando voltei para o Brasil, só pensava em como eu iria voltar para ficar. Nesse meio tempo, comecei o meu Mestrado em Teoria da Literatura na PUC e ficava pesquisando todas as formas possíveis de fazer o meu sonho se realizar. No entanto, percebi que ganhar uma bolsa de estudos numa universidade estrangeira não era tão fácil assim e pagar o curso e me sustentar fora era algo impossível para mim.


Lá estava eu formada de novo, dessa vez do mestrado, e pensando em como eu iria fazer o que eu queria se realizar. No período de dois anos, me inscrevi em várias universidades do exterior e embora sempre fosse aprovada, nunca ganhava a bolsa de estudos que eu precisava para poder ir. Comecei a ficar cansada e achando que nada do que eu queria iria ia se tornar realidade. O meu cansaço era tanto que eu pensei: já que o que eu quero não se realiza, vou pelo caminho paralelo, fazer o que eu posso fazer. E foi assim que, com o dinheiro juntado em dois anos de trabalho como professora de inglês, eu resolvi ir para a Irlanda. Para quem não sabe, a Irlanda é um dos lugares mais viáveis para quem quer morar e trabalhar na Europa (em termos econômicos e burocráticos), o que atrai muitos brasileiros para o país. A minha ideia era conhecer a Europa, me curar da minha dor de não ter conseguido ingressar numa pós-graduação no exterior e quem sabe abrir a mente, ver as coisas de uma perspectiva diferente, descobrir novos sonhos, encontrar outras possibilidades.


Metade de 2017 e lá ia eu, embarcando para a capital irlandesa, Dublin. Para ser honesta, não esperava nada de Dublin e quando me perguntavam se eu estava animada, eu não conseguia entender porque os outros pareciam mais animados que eu. Um dia conto o capítulo Dublin da minha vida, mas o que eu posso adiantar é que essa cidade moldou muito a pessoa que eu sou hoje e a maneira como eu vejo as coisas. Dublin foi os tapas na cara que me ensinaram a crescer, e eu vou dizer que me sinto muito agradecida por eles.


Vocês estão acompanhando? hehe Acho que cada parágrafo que escrevi renderia um texto só para ele, e eu o poderia fazer no futuro, mas agora quero chegar no Crossways, no tanto que ele é legal e porque eu quero dividir ele com vocês.

Acho que vou terminar o texto por aqui e amanhã vem o resto.

Stay tuned, hahah.

 
 
 

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